quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Poemas De Clarissa Corrêa Para Linha Do Tempo


A gente vai empurrando e

deixando e remendando e engolindo e fingindo. Chega

uma hora em que arrebenta a ferida: estoura, explode, sai pus, nojeiras e afins. É nesse

momento que, ao invés de Band-Aid, pomada e beijinho,

a gente precisa espremer mais um

pouco e, quem sabe, enfiar o dedo

fundo, forte, pesado e sentir a

dor percorrer cada centímetro do

corpo. É só após esse processo que

tudo cicatriza – e a gente descobre até onde vai a própria força. E se supera (ainda bem). Depois, o tempo. É ele, querido e bandido, que vai mostrar o quanto o lugar onde estava a ferida vai latejar nos dias feios, carregados e chuvosos


Clarissa Corrêa


Nenhum comentário:

Postar um comentário