sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Poemas De Clarissa Corrêa


Perdi o gosto bom das coisas, ela disse no começo da manhã. Fiquei pouco atônita, pouco pensativa, como assim? Perdi, ela disse. No final do dia, depois de horas de

trabalho, alguma desilusão, dor nas

costas por passar mais de oito

horas sentada, o corpo doido por

uma água morna, os pés

implorando uma pantufa cheia de

aconchego, a barriga pedindo por

favor uma comida boa e honesta, o

coração pulando em busca de um

porto, eu entendo. Entendo o gosto

dilacerado ou perdido ao longo do

dia. Mas uma manhã como essa,

pura e nova e fresca e tão azul, de

um azul bonito e quente, um azul

vivo e limpo, não sei.


Clarissa Corrêa


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